2007-06-15

A perversa indústria de software

Não, não é (só) sobre a Microsoft. É que eu assisti mais um vídeo sobre qualidade, do Douglas Crockford, onde ele lembra que estamos a 40 anos na famosa "Crise do Software". Mas ao contrário dele, e de outros, eu não acredito que o problema seja a natureza do software, complexidade, gerenciamento, ferramentas ou linguagens. A minha teoria é muito mais simples - quem pode resolver o problema, não quer.

Se fazer software subitamente se tornasse algo rapido, simples e eficiente, fatalmente o nível de preços cairia, seres humanos poderiam entender o que acontece na misteriosa cripta de TI e a necessidade de reinventar a roda todo ano seria, no mínimo, questionada. Certamente, isso não é algo que a muitas empresas de software gostariam.

Pense no Java (ou C#, tanto faz). Tecnicamente, uma das piores linguagens de programação que já foi criada. Mas depois de poucas semanas de treino, até a porta da sala consegue programar. Isso gera uma "comunidade" gigante, gerando toneladas de código e $$, eventualmente ambos de qualidade. Mais ou menos como a comunidade de usuarios de teclados QWERTY, muito popular, mas originalmente projetado para atrasar a digitação. Como nenhuma companhia quer ficar presa à um pequeno grupo de nerds que falam apenas Klingon e Smalltalk, eles acabam sendo muito bem pagos para compensar o trabalho mediocre, ou mudam de trabalho mais que de cuecas, ou fundam o Google.

Resumindo, a "crise" gera toneladas de $$, de programadores individuais a grandes empresas. Por isso ela existe há 40 anos e eu acredito que vai durar mais 40.

2007-06-10

Noruega

Às vezes um cogumelo te faz pensar... do que eu percebo, o que é real e o que eu mesmo crio? Para minha surpresa, a Bélgica realmente existe. Mas tenho sérias dúvidas sobre a Noruega.
As belezas naturais são imbatíveis. Pra começar, tem ilha, montanha, praia e floresta, tudo junto ou separado. Oitenta beldades pra cada tilanga. Parques maravilhosos ao sol, inclusive às três da manhã. Tem até luz colorida de noite, que dura seis meses. Fenômeno magnético? Tá bom...

Mas quanto melhor o lugar, mais estranho eu me sinto. A felicidade, não a do turismo, mas aquela da gratidão, tem que conviver com a solidão, a saudade e a vontade de compartilhar cada momento com as pessoas que eu amo.

A verdade, Sarah, é que meus dias são longos demais sem você.

Fotos da Bélgica e Amsterdam
Fotos da Noruega

2007-04-24

Amor e ódio - Paris

5 motivos para amar

- O Louvre
- Uma baguete com queijo brie e vinho bordeaux custa tanto quanto um churrasco grego.
- A taxa de oito monumentos por habitante.
- O sistema de transporte coletivo.
- As francesas (Não confirmado. Adicionado por recomendação.)

5 motivos para odiar

- O layout dos teclados foi projetado por macacos bebados.
- Os idiomas falados localmente: Francês-flash e Francês-come-palavra.
- Camembert. E outros queijos bonitos com gosto de peido.
- É mais fácil alugar uma armada que um apartamento.
- Os fraceses.

2007-04-12

Novas fotos

Agora que recuperei meus badulaques, as fotos de Amsterdam, Calais, Strasbourg, Khel e Paris estao no meu web album.

2007-04-09

Mais um sino divido

Não existe algo do tipo "perder um amigo". Acho que as pessoas especiais, mesmo quando longe no tempo ou no espaço, enquanto forem amadas, nunca estarão perdidas.
Acontece que tais pessoas são raras. Ainda mais quando se é criança e socialmente inadequado. Tive sorte de encontrar um amigo para cultivar pensamentos que até hoje fazem parte do meu cotidiano. Sinto pelos desencontros da vida, onde ele tomou um caminho diferente e mais desaventurado que o meu.



Adeus, Magog, que os sinos soem melhor na próxima.

2007-03-29

Ooops

O link correto das fotos da escocia eh esse aqui:
2007 - 03 - Scotland


Fui passar um fim de semana em Amsterdam e, na volta, nao me deixaram entrar no UK. Isso significa que em breve colocarei as fotos da Holanda e da Franca.

Abracissimos,
Julio

2007-03-22

Scotland Yard



Posso ter tido boas desventuras nesta encarnação, mas todas elas foram fortemente compesadas pelos grandes amigos que encontrei. Esses [aqui] não são exceção: Leandro, Jonas, Aline e Gefrroá (ou algo assim, en fraçais). A Aline foi quem topou rachar a viagem pra Escócia.

London se despediu de nós com tímidos [flocos de neve]. Talvez como alerta para a friaca que nos esperava nas terras altas. Glasgow nos recebeu amavelmente na estação central, com um [café da manhã] extremamente digno pela bagatela de 3 libras. A viagem pra Edinburgh eh bonita, mas a ansiedade pra chegar ja estava fazendo a minha cabeça.

Edinburgh é de cair o queixo. Não dá pra saber o que olhar primeiro. A surpresa boa é que é tudo muito perto. O [Hostel] era literalmente do outro lado da rua do [castelo], e com curtas caminhadas conheci a [cidade velha], o [carlton hill] e a galeria nacional da escocia, que humildemente guarda um Rembrandt e um Monet, entre outras obras primas. Outra obra prima é o [uísque] 16 anos single malt que eu matei e que quase matou a Aline. Acordar sem ressaca no dia seguinte então, não tem preço.

Glasgow parecia uma cidade fantasma na tarde de terça. O [centro de ciências] é uma viagem fascinante, mesmo para um adulto. Infelizmente, muitas atrações já estavam fechadas quando chegamos. Mais uma caminhada pelo centro, um pouco mais cheio, e um brunch super gordura no aeroporto, e ja estava a caminho de Londinium. Viagem curta, mas inesquecivel.

2007-03-11

Bloody Sunday

Quando o motorista do D8 me acordou eu queria morrer. Ou então dormir mais cinco minutinhos. Mas tudo que eu ganhei foi estar bebado as 8 da manhã em algum lugar de Londinium. Agora acredito que Deus ajuda os bebados e as criancinhas, porque além de conseguir chegar em casa, fui recebido por um belíssimo amanhecer em Bethnal Green.


Depois de bater um rango super-style em Brick Lane, vou bater uma sinuca no trocadero com os broda. Nada mal pro domingão...

2007-03-02

London Calling

Depois de um dia me amassando nas poltronas da Delta, cheguei na terra da rainha. A ansia pela chegada me faz até relevar o tratamento porco da imigração e a mala perdida. Com mais umas 300 tentativas de ligações internacionais, consegui encontrar o Diego e meus dois novos amigos brazucas: Jonas e Aline. Ao entrar no carro, o som familiar da minha calça rasgando foi ligeiramente desagradavel, ainda, ainda mais com minhas malas passeando pela Tailandia. Foda-se, o povo daqui eh estranho mesmo.

Fomos encontrar o Andrew na Callan e bater um Pizza Hut. Gringo bacana, empreendedor, pode dar negócio. Comprei uma calça e fomos pro pub la perto começar a despedida do Diego e tomar umas e outras. Em seguida, deixei meus trecos em casa, e fomos beber mais na casa de um outro brazuca, o Leandro. Bebi até apagar no chão do quarto, com um skate de travesseiro. [fotos]

Acordei morto, saí pra caçar um café. Horrivel, como todos por aqui, não é por acaso que eles bebem chá. Na saida, achei que tinha levado um tiro, mas foi pior: meu intestino resolver se rebelar contra os mal-tratos dos ultimos dias e eu já me preparava pra comprar outra calça quando vi minha "salvação" - um banheiro público, na entrada de um parque.

As coisas aqui são muito velhas e acabam tendo um ar charmoso, a não ser no banheiro. Caguei ateh os miolos antes de descobrir que o botão escrito"paper" era meramente ilustrativo. De ressaca e cagado, perambulei pelo centro até resgatar minha mala, que foi enviada pro albergue. Cheguei em casa, saí pra comprar toalha e comer algo, na volta conheci os hungaros que moram comigo. Povogente boa. Mais uma volta pela cidade, tomei uma ceva "bonus" no pub e voltei pra casa matando uma latona de Guinnes e pensando na vida. Nào posso me queixar....
Carnaval

Ou quão estranha a vida pode ser... [fotos]

2007-01-14

O mudo é falso, mas o museu é bom.

Acho que estou no show de Truman....





Em todo caso, o Museu Da Lingua Portuguesa é fantástico. Não visitá-lo é um insulto, deveria ser crime digno de exílio. O terceiro andar é de emocionar até a uma pedra.


2007-01-09

Lar Doce Lar

Para comemorar meu aniversário e minha viagem, marquei no mapa todas as 15 residências onde já morei. O site é bacana, acho que vou marcar a viagem lá tbem!

http://maps.yourgmap.com/v/e_mh_Homes.html

2007-01-04

Ê lá em casa.

Como eu gosto de festa de reveillon :)

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente"
Cortar o tempo, Drummond

2006-12-27

Mes petits chats noirs














Sentirei falta dessa vida...
Da cozinha, dos gatos e da cama.
Das plantas, risadas e varanda.

Mas, ao mesmo tempo,
a saudade de tudo que tenho,
é minha principal motivação pra partir.

Amo muito tudo isso :)

2006-12-18

Meu Dia de Porco

"Terminar um relacionamento é como matar um porco. O olhar da vítima chega a
nos intimidar, de piedade. Mas a mão já está tão habituada que ainda assim
desfere o golpe e cinge a carne. Enquanto estamos sujos de sangue, ainda não
dá pra ter muita certeza, e a cabeça fica cheia de culpa. Mas depois do
prato servido, a consciência amolece, fica tenra como o pernil, e a boca se
enche d’água."
por F. Camacho (http://ubbibr.fotolog.com/fabiocamacho)

2006-12-10

Perspectiva

Passar pelas pedras pequenas é fácil. São as grandes que nos testam.
Dizem que dá pra saber o que tem num livro nas primeiras vinte páginas. Queria que com as pessoas fosse assim. Infelizmente, muito do que se vê em um ano não está no segundo beijo.

Seria melhor se estivesse, pois estas coisas já incomodam o suficiente sem serem ditas. Já te machuca ou causa problemas demais para compartilhar com outro, isso se for consciente. Mas um tigre não troca de listras, e, quando elas aparecem, as decisões começam a ficar um pouco mais difícies.

Mas como em todo caso de coincidência dos opostos, sempre existe um outro lado. E é por causa desses grandes sentimentos que vale a pena a vida. Espero que ela tenha paciência suficiente para vê-los.