The return of the jester
Preciso voltar a escrever, que seja mal ou futil, antes que eu vire uma uva passa.
Primeiro, porque minha memória já não guarda mais imagens e sentimentos que, vez em quando, eu gostaria de manter. Espero que os servidores do blogger sejam ligeiramente mais confiáveis, ou que ao menos sirvam como contingência.
Depois, porque ja faz um tempo que tou meio de saco cheio com a merda toda. Meu comparsa Fabio camacho resume bem o sentimento no blog dele. Já penso nisso a algum tempo e não posso deixar de adicionar algumas ideias, certamente com menos habilidade.
No começo da carreira, existe uma necessidade de valoriazação profissional que bem parece a fila do buzão. Todo mundo se espremendo, lutando pelas certificações, curso superior, pós-graduação e qualquer outra coisa que possa te dar um lugar na janelinha e deixar os perdedores para os leões.
Não que não seja válido. Também estou na corrida dos ratos e sei como é. Tenho meu lugar sentado e corro pelo alimento da minha vaidade, pois apesar de ser um nerd, também gosto de fita no cabelo.
Minha primeira tentativa de fuga foi trocar de estrada. Buscar conhecimento, ao invés de títulos, é importante. Não dá o mesmo efeito de chegar na rodinha abafando todos os distintivos com siglas de três letras que voce conseguiu, mas tem suas recompensas. O problema é que o templo desta religião, nossas universidades, estão igualmente corrompidas.
Como não sou estudante de dedicação exclusiva, minha única saida é o mestrado profissional. Para quem não conhece, esta é uma modalidade de mestrado onde as instituições copiam as aulas programas de mestrado tradicional e MBA para a noite e cobram uma pequena fortuna por isso. Na verdade eu espero que não seja uma cópia, para o bem da USP. Os conteúdos são fracos, muitos professores são incompetentes e, de maneira geral, a sua melhor fonte de informação é você mesmo e nossa gloriosa internet - mesmo numa instituição nota 4 em 5. Grande merda. E seria egoismo reclamar, uma vez que a maioria dos alunos está satisfeita ou se semi-esforçando pra chegar ao fim dos quadrimestres.
Mesmo ignorando as deficiências de nosso sistema de ensino falido, não existe esperança neste caminho. Um pesquisador bem formado no Brasil precisa escolher entre a lentidão e pobreza opressora das instituições federais ou a mediocridade velada das instituições particulares. A maioria dos professores acaba em um misto das duas coisas ou ainda como árbitro da corrida dos ratos de onde saiu. Infelizmente, nenhuma destas opções me agrada.
Pode ser que eu seja só um muleque rabugento, mas no momento eu me sinto preso a uma realidade nacional, quiçá mundial, de adoração aos titulos e a ignorancia. Eu, sinceramente, preferia comprar indulgências.
1 comentário:
dessa uva ainda sai vinho. qdo atualizar, avisa hein.
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